É recente ainda a participação das mulheres em Corpos de Bombeiros no Brasil. Em 1991 aconteceu a inclusão no Estado de São Paulo e em Sergipe isso veio acontecer no ano de 1998. Um ano depois, o Corpo de Bombeiros Militar de Sergipe (CBMSE) se desvincula da Polícia Militar e são três das militares que nessa época optaram por vir para o Corpo de Bombeiros as primeiras subtenentes da corporação, junto com uma integrante da Banda de Música. Elas acabam de ser promovidas à mais alta graduação entre os praças.
A promoção por Progressão por Tempo de Serviço (PTS) foi publicada em Boletim Geral Ostensivo (BGO) no final do mês abril. Não houve solenidade de formatura, por conta do isolamento social imposto pela pandemia, mas os colegas de trabalho realizaram a tradicional comemoração com banho de mangueira na saída de serviço da subtenente Alessandra Pereira Gomes.“Antes de qualquer coisa a promoção significa um reconhecimento, uma valorização da carreira por tempo de serviço prestado à corporação e à sociedade”, afirmou.
Ela já trabalhou no Gabinete do Comando, no então Centro de Ensino (CEI), Assessoria de Inteligência (ASSIN), Corregedoria, no então Subgrupamento Aquático, e hoje atua no 1o Grupamento Bombeiro Militar (GBM), em Aracaju, atendendo aos chamados da população para as mais diversas ocorrências. “Espero poder melhorar profissionalmente a cada dia. Tenho que me manter atualizada. É um compromisso que tenho com a minha profissão, principalmente por ser chefe de guarnição. Atuei por quase toda a minha vida militar na área operacional e é onde pretendo encerrar minha carreira”, disse a subtenente Alessandra.
Compromisso com a profissão que é reconhecido pelos superiores da militar. “A ascensão na carreira traz novas funções e responsabilidades. Como comandante imediato da subtenente Alessandra, posso dizer que tenho orgulho em participar desta nova fase na vida profissional dela, que é uma bombeira dedicada, com um excelente conhecimento operacional. Ela é uma referência”, disse o tenente-coronel Max Menêses, comandante do 1o GBM.
Chegada das mulheres – A subtenente Patrícia Sales foi uma das duas primeiras militares a atuar no Corpo de Bombeiros, ainda quando era vinculado à Polícia Militar, no ano de 1998, à disposição do Gabinete do Comando. “O Corpo de Bombeiros era um ambiente somente masculino, mas fomos conquistando o nosso espaço e hoje estamos atuando em todas as áreas, cada uma dando o seu melhor, seja no serviço operacional ou administrativo”, afirmou a militar, que atualmente trabalha na Diretoria de Material e Patrimônio (DMP), mas já atuou também no operacional, além do Comando.
Primeira a adestrar cães para salvamento – A subtenente Josivete Dias Santos foi a primeira mulher no CBMSE a atuar no Serviço de Busca e Salvamento com Cães(SBRESC), como cinófila (adestradora de cães para salvamento). Ela atuou ainda no serviço de atendimento pré-hospitalar, como sargenteante e atualmente é chefe do Setor de Planejamento Administrativo (SPA) do 2o Subgrupamento Bombeiro Militar (SGBM), localizado no município de Nossa Senhora do Socorro.
“Na carreira militar a promoção consiste no momento de maior expectativa por nos assegurar uma progressão financeira e intelectual enquanto ser produtivo. Nos faz sentir valorizados pela instituição a qual servimos com abnegação. Ser promovido nos faz refletir o quanto fomos perseverantes e obstinados no trilhar desta árdua caminhada bombeiro militar, porém de gratificante, nobre e sagrada missão. É sobretudo perceber que sempre há o que aprender e ressignificar enquanto agentes transformadores da realidade de nossa corporação”, apontou a subtenente Josivete.
Banda de Música – A subtenente Sheila Matos Santos Lima entrou em 2002 na corporação, no quadro da Banda de Música. Ela já trabalhou no Protocolo, na Diretoria de Atividades Técnicas (DAT) e hoje atua na Seção de Compras da Diretoria de Material e Patrimônio (DMP).
“Hoje significa superação essa promoção. O desafio é manter sempre o equilíbrio dentro de uma corporação militar, num universo masculino, ser sempre uma profissional sem precisar competir com os homens, ou ficar correndo atrás de reconhecimento. Simplesmente ser uma boa profissional e assumir com responsabilidade e competência os novos deveres da graduação de subtenente, a primeira do quadro da banda de música, onde quer que eu esteja exercendo meu trabalho”, disse.
Por Dinah Menezes
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