Arte do chargista Clécio Barroso
Não existe um consenso dentro da realidade da Segurança Pública em Sergipe. De um lado o governo do Estado propaga pelos quatro cantos que em 2017 a violência tem diminuído, com ações efetivas, com mais homens nas ruas e com o reforço da Força Nacional. Por sua vez, do outro lado, a população não tem a mesma percepção, não se sente segura com o instrumento de segurança que tem a sua disposição. O cidadão comum, o comerciante, o empresário sente-se desprotegido, descoberto.
Pelo bom senso, este colunista não vai fazer demagogias até por entender que a polícia não consegue ser onipresente, não consegue está em todos os lugares, ao mesmo tempo. É evidente que se consegue mudar a realidade da violência com tecnologias, com policiais bem treinados, com boa estrutura e equipamentos, mas parece faltar algo a mais Sergipe. O Governo anuncia investimentos em armas, veículos, coletes...ouve-se falar até em convocar mais excedentes ou até em realizar um novo concurso público.
Nosso efetivo policial, seja ele civil ou militar, é reduzido e isso é uma realidade que o Governo tem que assumir e tentar resolver. Mas não basta promover esses investimentos, não basta armar estes homens e lança-los às ruas. Falta sensibilidade ao governo para fazer um acompanhamento mais interpessoal com esses servidores, são necessárias mais ações que foquem na unificação das polícias, métodos que garantam a motivação dos homens e mulheres que combatem, diariamente, o crime nas ruas.
Mas, também, não basta motivar esse policial militar ou o agente da polícia civil com palavras, com métodos. Ao final do dia, de um expediente de trabalho, ele tem uma família para sustentar, tem uma conta para pagar. Como qualquer ser humano, o policial carrega consigo frustrações, preocupações, dívidas, decepções. Tudo isso somado representa uma forte carga depressiva na mente destes profissionais da Segurança. Há também o aspecto financeiro. Todo trabalhador, inclusive os policiais, clamam por reajuste salarial, por um rendimento melhor. Isso também reflete no trabalho das ruas.
O Governo promoveu os militares, fez vários investimentos, mas em 2015 Sergipe foi o Estado mais violento do Brasil e, quando sair o levantamento do ano passado, certamente estaremos entre os mais inseguros. Este ano os números melhoraram? A SSP faz festa, mas é esta a sensação que você, leitor (a), está tendo no seu bairro, na sua rua? Muitos homicídios continuam acontecendo, a violência continua imperando. Os números podem ser animadores, mas em relação aos últimos anos. Estamos distantes de uma condição de “segurança”.
*Enquanto o Governo não investir em mais efetivo, em mais valorização e motivação para o profissional da Segurança Pública e, sobretudo, enquanto não der melhores condições financeiras, continuaremos elucidando crimes com velocidade, mas apenas acompanhando a “estatística do crime” subir, ampliando ainda mais a sensação de insegurança. Considerando a legislação ultrapassada, mas diante do trabalho desenvolvido, pode-se dizer que a Polícia em Sergipe “enxuga gelo”. O Governo tenta passar uma realidade, tenta minimizar os problemas, mas a maioria do efetivo segue desmotivada. E isso é preocupante...
Fonte: iSergipe (Habacuque Villacorte)
Postado por ESPAÇO MILITAR
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