Hoje pela manhã, dia 30 de setembro, participamos de reunião com o Comandante Geral da PMSE, coronel Marcony, outros coronéis e demais presidentes de associações representativas de militares do estado de Sergipe para tratar de assunto que teríamos conhecimento durante a reunião. A pauta era a apresentação de um projeto elaborado por uma comissão de oficiais (provavelmente todos do posto de coronel, dentre eles o Gordinho).
Pois bem, analisando friamente o tal projeto – que já circula nas redes sociais – seriam criadas as funções de coronel “classe especial” e subtenente “classe especial”, sendo estas mesmas categorias aquinhoadas com um incremento salarial.
A justificativa para a criação destas novas “categorias” de militares é “equiparar” os subsídios destas novas “classes” de policiais militares aos prováveis novos “cargos” visados pela Polícia Civil. No caso dos delegados, a entrância final com subsídios de R$ 33.000,00 e no caso de agentes e escrivães, a criação do cargo de Oficial de Polícia Civil (fusão) de R$ 11.650,00.
Vejam bem, à primeira vista o projeto até parece interessante. Porém, é importante que vejamos bem o risco que estamos correndo de ser usados para alguém (especialmente, o Gordinho) se dar bem.
O tal projeto que circula diminui os interstícios da PTS (promoção por tempo de serviço) para todos os postos e graduações. O que significa um alento para os quase sete anos sem a reposição inflacionária. Todavia, ao contrário de um reajuste linear – que beneficia toda a tropa – a promoção só atinge aqueles que já cumpriram os requisitos previstos em lei e estejam bem situados na antiguidade.
Aí é que está a maldade!
O Cabo Erundito (nome fictício), se já cumpriu o interstício, estará apto a ser 3º Sargento e apoiará o projeto querendo sua rápida promoção!
Bom, isso é o que pensa quem elaborou tal fuleiragem projeto.
Mas, não é bem assim!
Quem propôs esta excrescência deve estar pensando que lidamos com uma tropa de semi-analfabetos que não sabe enxergar as regras da maldade que querem nos impor.
A tal comissão formada – que se eximiu de ser publicizada nominalmente - que elaborou este projeto parece não acreditar que temos força e conhecimento suficientes para barrar qualquer tentativa de tratamento discriminatório dentro da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros.
Vejam que, enquanto a remuneração do tal coronel categoria “especial” sai de R$ 25.000 para R$ 33.000 – incremento de majestosos R$ 8.000, o subtenente terá um incremento de pouco mais de R$ 1.500. Os demais postos e graduações permanecem com seus subsídios congelados, à exceção de alguns poucos ajustes que seriam realizados para adequação ao projeto da PCSE.
Por mim, meus amigos, um coronel recebe 100.000 reais, desde que o mesmo percentual de ganho seja estendidos aos demais postos e graduações!
O tal projeto também reajusta o valor da RETAE e fixa a carga horária do militar estadual, numa forma ingênua de ludibriar o policial militar e bombeiro a apoiar o tal projeto, a meu ver extremamente nocivo e cuja apresentação deveria ser motivo de vergonha.
As associações unidas em assembleia já aprovaram projeto de valorização dos subsídios com progressão horizontal e disso não abrimos mão.
Qualquer forma de tratamento discriminatório no tocante a eventuais percentuais de ganhos em subsídios em seu valor nominal explodirá de vez o barril de pólvora em que se encontra a Polícia Militar devido ao abandono que a tropa passa neste momento.
JORGE VIEIRA DA CRUZ
Sargento da reserva, mais um veterano