[*] Henrique Alves da Rocha
Governador Belivaldo Chagas, fico imensamente feliz quando o senhor responde aos meus questionamentos, principalmente quando se trata de minha instituição, a Polícia Militar.
Fico também imensamente feliz porque percebo boa vontade no senhor em resolver este imbróglio, diga-se de passagem, criado pelo próprio Governo.
Vamos aos fatos: o senhor afirma que eu me manifesto por que tenho interesse pessoal. Não governador, eu e todos os policiais da reserva e pensionistas temos direito ao subsídio com base no soldo superior, injustamente retirado por vossa excelência.
Se assim não fosse, o senhor não teria enviado uma lei para retornar o direito subtraído. Outro fato: eu não reivindico direitos apenas agora, ao estar na reserva.
Lembra da carta dos coronéis ao governador Jackson Barreto, refutando a primeira proposta de subsídio? Veja o primeiro nome da lista. Ademais, estive presente em todas as manifestações de policiais militares por melhorias salariais e de condições de trabalho.
E outra coisa importante: a comissão de instalação do subsídio da PM/BM foi presidido por vossa excelência. Então, todo problema foi causado pelo senhor, por ação ou omissão. Neste caso, o senhor não pode alegar desconhecimento.
Outro fato interessante, governador: eu estou aposentado, depois de 32 anos de contribuição previdenciária, sendo mais de 30 ao serviço público efetivamente trabalhados.
O mesmo não posso dizer do senhor, aposentado como defensor público sem produzir uma peça jurídica sequer. Mas como o senhor mesmo diz, “possuo 36 anos de contribuição”. Cumpra-se a lei.
E por falar em lei, fiquei feliz com a afirmação do senhor de que a lei do subsídio dos reformados e pensionistas não foi revogada. Portanto cumpra-se a lei.
Sobre o meu tempo como aposentado, faço o que bem quiser. E eu quero cuidar do meu jardim, das minhas flores, Dentre as quais, destaco minha amada esposa e meus três filhos, o mais velho já na faculdade, as duas mais novas necessitando de dedicação especial, pois uma tem sete anos e a outra sete meses, e a esta última dedico a maior parte do meu tempo como pai, como babá, e por que não dizer, dedico-me como “papai babão”.
E também trabalharei com maior dedicação pela minha cidade São Cristóvão. Mas voltemos ao papo reto. Outra injustiça cometida por vossa excelência contra a minha pessoa hoje foi me atribuir palavras que não proferi.
O senhor disse que eu não reconheço o trabalho dos meus colegas policiais. Que eu disse que eles não têm méritos nas reduções dos homicídios. Vamos à verdade: o que eu disse, e está na no grupo de zap Café com Política, é que os índices reduziram sem o governo fazer nenhuma ação diferente das que vem fazendo há anos.
E acrescentei: “Se os índices reduziram sem o governo investir na PM, pagar salários atrasados, não comprar armamentos, munições e coletes balísticos em quantidades mínimas necessárias, pagar R$ 8 de alimentação a um PM de serviço, imaginem o resultado se os PMs e BMs fossem valorizados.
E acrescento mais: imagine se o senhor cumprisse a promessa de ativar 11 Delegacias Plantonistas no Estado, reformar além das unidades da PM, unidades do BM e delegacias no Estado inteiro?
Governador, lhe respeito muito, o senhor sabe disso, mas não tente jogar minha instituição contra mim. Sobre candidaturas, posso informar o seguinte: alguns PMs quando vão para reserva decidem por desenvolver outras atividades, a exemplo de advocacia, magistério etc.
Eu decidi por fazer política. E para tirar-lhe qualquer dúvida sobre isso, sou pré-candidato a prefeito de São Cristóvão, pelo partido Cidadania, 23, como uma alternativa à administração míope existente hoje na cidade.
O senhor diz que está sendo pra mim um cabo eleitoral e eu afirmo que ter um cabo eleitoral como o senhor é associar meu nome a alguém que não cumpre promessas de campanha e não tem o mínimo de polidez em responder às falhas da sua administração.
Vide as promessas feitas recentemente sobre as promoções da PM, não cumprindo os prazos estipulados pelo senhor mesmo. Espero também que cumpra o prazo estipulado para convocação dos concursados. Papo Reto.
[*] É coronel da reserva da Polícia Militar de Sergipe e militante político, filiado ao Cidadania.
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