Quando se critica a política de Segurança Pública em Sergipe não significa que este colunista não acredita ou não respeita os profissionais da SSP, sejam policiais militares ou civis. Há de se fazer um reconhecimento público do esforço das duas categorias para combater o crime organizado que se espalha pelo Estado, mas os números não mentem e mostram um cenário de guerra civil. Os homicídios continuam acontecendo diariamente e em todas as regiões de Sergipe e, gostando ou não, nós terminamos 2016 como uma das unidades mais violentas do País, um dado que não pode ser aceitável.
É bom frisar que Sergipe vem acumulando o posto de Estado mais violento do País desde 2015 e que a violência praticamente saiu do controle com mais ênfase, a partir de 2010, e que desde então são quase os mesmos nomes que comandam a Secretaria de Segurança Pública. Os nomes apenas alternam o comando da Pasta, mas a onda de violência seguiu em uma crescente. Hoje a SSP celebra números de 2017, anunciando que os registros estão diminuindo, mas a sensação que vem das ruas é completamente diferente.
Há um respeito por parte deste colunista por todos que fazem a Segurança Pública, mas enquanto servidores públicos eles devem ser cobrados e fiscalizados até para os resultados apareçam para a sociedade em geral. Hoje a secretaria propaga que tem excelência em resolutividade de mortes, de registros de homicídios, mas não é apenas isso que o povo espera daqueles que fazem a SSP. A população quer é que o crime não aconteça, quer se sentir seguro para sair nas ruas, a qualquer hora, sem ser assaltado, sem ter seu veículo tomado.
Ficou evidente nessa terça-feira (31), após a divulgação dos números do mais novo Anuário Brasileiro de Segurança Pública, uma estratégia do Governo de tentar minimizar a realidade, de dizer que este ano os registros estão caindo e que outros Estados chegam a “maquiar” os dados no Anuário. Isso não vai resolver o problema da insegurança. Se o governo investe em “inteligência”, que passe a investir mais; se pode aumentar o efetivo, que aumente mais; se não combate o consumo de drogas, que se passe a combater. Tem que priorizar a Segurança!
O que não se pode é ficar brigando com os números, tentar não aceitar a realidade. O Governo do Estado, através da Secretaria de Segurança Pública, tem que falar menos e apresentar mais resultados. O governo tem que cortar gastos desnecessários e retomar os investimentos para a SSP. Se a legislação federal é falha, o Executivo tem abertura para convocar a bancada do Estado e tentar apresentar algo, que até seja referência para o Brasil. Mas enquanto a Constituição não muda, o governo tem que ir fazendo a parte dele e tem que aprender a assumir suas responsabilidades…
Fonte: Faxaju (Coluna Politizando do jornalista Habacuque Villacorte)
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