Frustrante, irracional, indigno é o tratamento que a gestão do Instituto de Promoção a Saúde do Estado de Sergipe – IPESAUDE, dispensa aos contribuintes/clientes, através de seus mecanismos administrativos e atos de ofício de parte dos servidores que elenca a enorme relação de cargos em comissão.
O sistema, “aplicativo rede de computador” do IPESAUDE, que custou caríssimo com dispensa de licitação, em gestão anterior, está programado para não permitir o agendamento para algumas especialidades internas em determinado dia da semana, o que causa constrangimentos, pois alguns usuários se deslocam, enfrentam duas filas morosas, para só então no guichê ser informado que naquele dia, não agenda para seu médico, o que se traduz em um filtro urdido em má fé e extremo abuso, pois a lógica é que o IPES até tenha o direito de determinar o dia do atendimento do profissional, de acordo com as vagas existentes, não tendo, porém, a discricionariedade entrar na conveniência do contribuinte decidindo o dia em que este pode ou não agendar esse atendimento.
O mesmo programa utiliza um calendário inverso para não agendar atendimento interno, a quarenta dias de um feriado, suspendendo-se o agendamento no quadragésimo dia anterior, de todos os profissionais que atendem internamente; este sistema é mesmo que custou caríssimo, mas nos Serviços de Pronto Atendimento – SPA, não funciona, não tem os dados dos contribuintes as guias são preenchidas manualmente, retardando o acolhimento.
É também prática do IPESAUDE, a orientação para que alguns serviços conveniados atendam a determinada quantidade de usuários por mês, por esse motivo que para algumas consultas o contribuinte chega a esperar meses, além de estabelecer prazos próprios entre realização de procedimentos.
Não bastasse toda sorte de malefício de dificuldades impostas com o único intuito fascista de filtrar o atendimento privilegiando outros interesses estranhos, sob o falso pretexto buscar a economicidade e a eficiência. Ainda não terminou, ainda tem a perícia, depois de passar por toda essa via crucis, ainda tem perícia para alguns exames e consultas, sendo que com essa gestão, aumentou-se o rol de exames e o prazo em dias úteis.
É público e notório que o IPESAUDE, funciona precariamente, mesmo depois que passou a cobrar dos dependentes, sem falar das treze mensalidades e incidência sobre férias, aumentou sua receita, mas os problemas continuam os mesmos, se não aumentaram tão pouco diminuíram, a demora igualmente injusta na liberação de autorização de cirurgias e materiais, demora no pagamento de convênios que chegam a suspender o atendimento, falta constante de material odontológico, consultórios com aparências insalubres, inúmeras dívidas, agora, chegou ao ápice de até mesmo o sistema de marcação de ponto dos servidores ser retirado pela empresa contratada no dia 29/03/2017, por falta de pagamento, tendo sido devolvido na calada do final de semana, uma pergunta não pode calar, para onde estão indo os recursos, sobretudo os adicionais que foram requeridos com a justificava entre outros de ser a solução.
A administração do IPESAUDE pode ser comparada a uma grande multinacional de sucesso, conta com 01 presidência, 10 gerências, 02 procuradorias jurídicas, 04 diretorias, 04 chefias de gabinete, 02 administradores, 02 assessorias e 01 Coordenação de Comunicação; custa mais de R$ 100.000,00 (cem mil reais), por mês em remuneração bruta, isso, sem considerar outras inúmeras coordenações não listadas. Dão proteção a essa enorme e competente administração, pelo menos 10 vigilantes terceirizados por dia, dentre os quais, 02 estão a postos na escada de acesso ao pavimento superior do prédio da Rua de Campos, para evitar que os usuários não subam, pois, ali só têm acesso os privilegiados amigos do rei que compõem a elite administrativa, é proporcionalmente o prédio mais seguro do estado.
Algumas denominações conceituais desses inúmeros gabinetes convergem em objetivos funcionais, dando a clara impressão de que existem gabinetes demais, sem necessidade; por outro lado é ressabido que as facções políticas por intermédio de seus caciques, utilizam a máquina pública para empregar seus correligionários, em inequívoco desvio de finalidade. Corre informações que o IPESAUDE é porto seguro de um desses caciques.
Convém nesse cerne ressaltar que o IPESAUDE tem uma gerência de relacionamento com os beneficiários, que é coordenada por uma ex-prefeita do interior, contudo, se diante de um problema o beneficiário precisar falar com aquela ou outra gerência, esse relacionamento se dará pelo ramal que fica com os vigilantes na subida da escada, é dali que tem que expor as vísceras de sua necessidade, digam-se algumas íntimas, sendo que via de regra não é atendido o pleito, pois, conforme já dito, o acesso ao andar superior é restrito aos nobres, que embora sejam servidores desses beneficiários assenhorearam-se das funções e comportam-se com extrema arrogância e descaso com esses beneficiários bem assim com perseguição aos servidores da carreira.
Por conclusão, resta claro que as medidas administrativas que acima expomos restinge injustamente direitos dos beneficiários, com o único intuito de esconder o fracasso da má gestão, atribuindo a esses o ônus através de um atendimento seletivo a conta-gotas, pois frente à presumida estabilidade superavitária, toda essa deficiência não pode ser justificada com a simples reformas de alguns postos, porque isso é mera manutenção.
*Leosvaldo dos Santos é servidor público do Estado de Sergipe
Fonte: SE Notícias
Postado por ESPAÇO MILITAR
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