Não se trata da crítica pela crítica e, muito menos, pela falta de reconhecimento do esforço do governo Estado. Mas friamente, analisando apenas o cenário em que vivemos, considerando uma série de fatores, este colunista conclui que o resultado para 2016 seguirá muito ruim e a expectativa para 2017 também não é nada boa! Como já fora dito antes, os dados oficiais do Anuário Brasileiro da Segurança Pública, de 2011 a 2015, divulgado mês passado, confirmam que no Brasil se matou mais gente do que na Guerra da Síria! E Sergipe, que já se orgulhou por ostentar tranquilidade e segurança, hoje chora o índice de mais violento do País.
São muitos os fatores que nos leva a ter tanto descrédito. Os números de 2016, que está terminando, não são nada animadores. A Secretaria de Segurança Pública, com todo respeito, ainda celebrou a redução nos registros de homicídios de novembro em relação a outubro. Não é querendo desmerecer o trabalho das nossas policias, mas será que só agora, no final do ano, após tantas mortes e após recebermos este “título indigesto”, que houve um “esforço mais concentrado” para garantir esta redução? E por que não se buscou isso desde janeiro passado? A SSP não faz este acompanhamento ou será que até ela mesma foi surpreendida com os números do Anuário?
E, neste caso, com todo respeito que este colunista nutre pelo governador Jackson Barreto (PMDB), não adianta tentar politizar o assunto ou tentar minimizá-lo: Segurança Pública é uma das áreas mais importantes da administração pública e, quando as coisas não vão bem, vidas são ceifadas, famílias são destruídas. Este colunista não vai deixar de reconhecer o esforço do Estado na aquisição de equipamentos, de armamentos, de novas viaturas. É válido também reconhecer os investimentos em tecnologia para que as polícias possam dar respostas mais rápidas e efetivas para a sociedade.
Também não adianta dizer que o problema é apenas financeiro. Ainda que timidamente, o Governo buscado atender uma demanda aqui ou uma reivindicação ali. Mas, acima de tudo, falta estrutura às nossas polícias! Temos delegacias que fazem vergonha, que não representam qualquer segurança pela superlotação, verdadeiros prédios deteriorados; já temos uma legislação no País que mais beneficia o preso do que o cidadão comum, mas em Sergipe sequer se há mais espaços para mantê-los em cárcere. O governo está investindo em tornozeleiras eletrônicas para reinserir “bandidos” na sociedade porque os distritos e os presídios já não comportam mais tanta gente.
E quem garante que os crimes não continuarão ocorrendo? Outro problema dentro do governo: as Secretarias de Segurança Pública e de Justiça não se entendem! Não que exista uma espécie de “competição” entre ambas; o que falta é sintonia e cada uma quer resolver o seu problema, sem dialogar com a outra. É uma responsabilidade difícil que ninguém quer assumir sozinho ou dividir com o aliado. A situação é tão crítica por aqui que só faltam soltar foguetes porque alguns homens da Força Nacional de Segurança chegarão em breve a Sergipe. Se eles vêm é sinal que o planejamento da SSP para conter a violência não é o adequado e evidencia que há um problema crônico de efetivo nas polícias.
A SSP tem vários êxitos para celebrar, justiça seja feita! Mas os resultados ainda são tímidos para o tamanho da demanda que nós temos. O município de Itabaiana, por exemplo, já superou a marca centenária de homicídios no ano e ainda temos uns 20 dias pela frente até 2017. Para este colunista, esse ano já pode ser dado como “perdido” e, se os problemas persistirem, sem o governo não tratar a Segurança como prioridade e se não houver engajamento e unidade em todos que fazem a SSP, infelizmente não teremos boas previsões para o ano novo. É bom lembrar que o “Estado mais violento” além de vitimar “bandidos e inocentes”, também não cresce, não se desenvolve. Afasta turistas, inibe investimentos e fragiliza a economia. Perdem todos! A hora de reagir é agora...
Fonte: iSergipe (Habacuque Villacorte)
Postado por ESPAÇO MILITAR
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