terça-feira, 9 de agosto de 2016

POLÍCIA MILITAR E POLÍCIA CIVIL INICIAM OPERAÇÕES QUE RETARDAM ATIVIDADES DE SEGURANÇA.


As entidades de classe da Segurança Pública deram início ontem aos movimentos reivindicatórios 'Polícia Legal' (dos bombeiros e policiais militares) e 'Operação Escravos da Lei' (dos policiais civis), através dos quais passaram a condicionar os seus serviços ao texto integral da legislação, fiscalizando as condições de trabalho dos policiais, a documentação e o estado físico de viaturas, armas, munições, uniformes e coletes balísticos. Os dois movimentos protestam principalmente contra os atrasos e parcelamento dos pagamentos dos salários, que começarão a ser depositados parcialmente no próximo dia 11.

As Associações Militares Unidas devem divulgar hoje os seus primeiros balanços oficiais, mas garantem que os movimentos tiveram a adesão de praticamente todos os batalhões e delegacias do Estado. Já o Sindicato dos Policiais Civis de Sergipe (Sinpol) vai promover hoje, às 8h, uma doação de sangue coletiva no Hemose (Centro de Hemoterapia de Sergipe), no Capucho (zona oeste da capital). Já às 14h30, os agentes e escrivães farão panfletagem pelas ruas do centro de Aracaju, concentrando-se na Praça Fausto Cardoso, em frente ao prédio da Assembleia Legislativa. 

As lideranças dos movimentos divulgaram orientações práticas sobre o que deve ser feito e o que deve ser exigido pelos policiais para o cumprimento dos serviços. No caso do 'Polícia Legal', os policiais militares e bombeiros tornaram públicas as reclamações relativas a coletes e munições vencidas, viaturas com problemas mecânicos e de documentação, e estrutura física das sedes dos batalhões e companhias. Há relatos de que as viaturas dos batalhões de Canindé do São Francisco (4º BPM) e de Propriá (2º BPM) não saíram dos quarteis ontem, por problemas de adequação dos veículos ao Código de Trânsito. Em outras unidades, a exemplo do Quartel Central dos Bombeiros, coletes balísticos e munições com a validade vencida foram devolvidos aos superiores. 

A cartilha das Associações Unidas prevê ainda que, durante a primeira fase do 'Polícia Legal', os PMs e bombeiros só devem fazer abordagens e relatórios de ocorrência se houver suspeita fundamentada, mas conduzir toda e qualquer ocorrência com previsão legal às delegacias de polícia. À noite, as viaturas policiais só deverão sair do quartel com, no mínimo, três militares, e intensificando as rondas, "independente de racionamento de combustível". E a alimentação só deve ser comprada em locais onde as refeições completas custem R$ 8,00, valor equivalente ao que é pago hoje por turno de serviço no tíquete-alimentação. 

Na segunda fase do 'Polícia Legal' que pode ser deflagrada em 22 de agosto, estão previstas medidas mais fortes, como a interdição de locais públicos sem condições de segurança, aumento das fiscalizações de trânsito, operações contra o jogo-do-bicho, suspensão das aplicações de multas de trânsito e transferência de contas bancárias do Banese para outros bancos. "Dentro da segurança pública, todos são policiais, todos correm o mesmo risco. E porque quando se discute subsídio, valorização salarial e direitos, os servidores militares sempre ficam por último? Nunca seremos reconhecidos pelo nosso trabalho. Mas agora chega", protestou o membro da Associação dos Militares de Sergipe (Amese), sargento Jorge Vieira da Cruz. 

O Comando da Polícia Militar, por sua vez, afirma que não reconhece o 'Movimento Polícia Legal' e nega ter havido problemas ou mudanças no atendimento à população. Segundo a corporação, as escalas de trabalho foram mantidas normalmente, apesar de problemas considerados "pontuais". Ontem, os comandantes da PM e dos Bombeiros participaram de uma reunião com o secretário estadual da Fazenda, Jefferson Passos e representantes do Sergipe-Previdência. Eles discutiram como o governo pode implementar os projetos de promoção de posto por tempo de serviço e de pagamento de subsídios (unificação dos soldos às gratificações).


Fonte: Jornal do Dia (Gabriel Damásio)

Postado por ESPAÇO MILITAR

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