Os números revelam uma mudança no comportamento do eleitorado sergipano, sobretudo para os pesquisados na Grande Aracaju: sente-se uma necessidade de renovação no cenário político. Mas ainda melhor que qualquer levantamento científico, coordenado por marqueteiros ou publicitários, é o contato com o povo, a conversa com as pessoas, a prosa em uma mesa de bar, em um restaurante ou até na reunião da família. As pessoas estão cansadas de votarem sempre nas mesmas opções em Sergipe e começam a vislumbrar novos nomes para 2018.
Pode até ser que no próximo ano esta grande parcela de votantes não tenha tantas opções e tenha que optar por alternativas já conhecidas ou que já exercem funções públicas. Mas o cenário está mudando, o eleitor cada vez mais fica exigente e, em breve, estas pessoas logo estarão pressionando por renovação. Quem construiu uma história na política, precisa fazer a leitura adequada e avaliar o melhor momento para “vestir o pijama” e dar a vez a outro, mesmo que seja algum parente ou membro de seu agrupamento. E muito dessa mudança no contexto se deve também ao incremento das redes sociais.
Hoje o político está cada vez mais exposto, seja num restaurante, em um bar, em uma lanchonete, cavalgada ou micareta. Antes todas as atenções se voltavam para ele na tribuna de um parlamento, em um comício ou entrevista à imprensa. Hoje o eleitor mais distante acompanha os passos de seu representante direto num só click! As pessoas sabem e reconhecem quem está trabalhando e quem está apenas esperando se aproximar de mais uma eleição para lhe pedir um voto. Se isso motiva uma parcela do eleitorado, também desmotiva outra grande e considerável, que se sente desprestigiada.
A classe política precisa entender que a melhor pesquisa não é feita com questionários, com perguntas dirigidas ou direcionadas. O melhor levantamento se faz nas comunidades, nas periferias, nos supermercados e mercearias, nas feiras e nos mercados. Pesquisa só tem resultado concreto quando se sente o clamor do povo, quando as pessoas são ouvidas. E, por incrível que pareça, muitos dos nossos políticos não gostam desse contato, ou melhor, evitam o máximo que podem. Tem político em Sergipe que só sente o “cheiro do povo” durante a campanha eleitoral.
Isso já funcionou muito, não interferia no resultado e a reeleição sempre vinha, com um pouco mais de esforço ou com um volume maior de recursos investidos. Hoje a classe política precisa acompanhar a evolução dos tempos, a velocidade da informação. Precisa se conscientizar que aquele eleitor mais distante já vinha acompanhando seu mandato, já conhece sua atuação e cada vez está mais crítico, seja aprovando ou rejeitando uma fala, um posicionamento. E, de uma forma geral, há um desencanto com a política. O cenário nacional há alguns anos não ajuda e o descrédito se espalha por Sergipe.
Que os analistas e formadores de opinião não se impressionem com as mudanças que a população já poderá promover já em 2018 aqui no Estado. O eleitorado não está buscando apenas gente jovem, mas gente com disposição, com criatividade, com a ficha limpa e espírito empreendedor. É evidente que a conjuntura ainda vai beneficiar muita gente que insiste em não se modernizar, em não enxergar que a política evoluiu. Mas hoje em dia não tem mais “bobo” no mercado e quem fizer esta leitura equivocada poderá ter uma surpresa desagradável no próximo ano. Em meio a tanta tecnologia, a tanta informação, mesmo com toda essa evolução, a melhor pesquisa ainda é conversar e ouvir o povo. Tenho dito...
Fonte: iSergipe (Habacuque Villacorte)
Postado por ESPAÇO MILITAR
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