A Associação Nacional das Entidades Representativas dos Militares Brasileiros (Anermb) listou os salários iniciais dos policiais militares no país. O Espírito Santo, que vivenciou o caos com a paralisação do policiamento, é o penúltimo da lista, com salário superior apenas ao da Paraíba. O melhor salário do Brasil é da PM de Brasília, onde o piso inicial é de R$ 7,1 mil.
Já Sergipe é o antepenúltimo, segundo a lista; militar sergipano recebe R$ 2.702,78 no início de carreira, o terceiro pior piso do país. E é diante dessa realidade que, para a Associação dos Militares do Estado (Amese), o militar se sente desvalorizado.
O assessor jurídico da Amese, Márlio Damasceno, relata que o salário está defasado há mais de cinco anos e sem reajustes lineares – que correspondem à reposição da inflação do período.“Esse reajuste é consagrado em Lei, mas infelizmente essa lei não é respeitada e o governo não fez qualquer reajuste”, afirma.
Conforme um levantamento da Folha de São Paulo em 19 unidades da federação, o salário inicial da categoria aumentou nos últimos cinco anos, mas ficou abaixo da inflação em pelo menos oito delas.
De acordo com o professor da FGV-SP Rafael Alcadipani, uma das principais queixas são as diferenças salariais dentro da corporação; oficiais chegam a ganhar até cinco vezes mais que os praças, que atuam no policiamento ostensivo.
Em 2016, a Assembleia Legislativa aprovou a implantação do subsídio para os militares no dia 21 de abril de 2018, que promete aumentar o salário, no entanto, para a Amese o projeto foi aprovado com alterações que foram rejeitadas pelos militares.
“Ficou de ser marcada uma nova reunião com a tropa toda para deliberar se aceita ou não, só que essa proposta foi passada diretamente para a Alese e imposta aos militares”, lembra Damasceno.
O atual projeto, segundo Damasceno, não oferece aumento salarial, já que também só será implementado no próximo ano, causando maior defasagem ao salário da tropa.“Isso afeta a atividade, eles se sentem desmotivados, até porque os preços de tudo aumentam (alimentação, escola) e eles veem seu salário indo embora. O ticket refeição, por exemplo, é de R$ 8, ou seja, o militar tem que complementar sua alimentação. Não existe lugar no estado em que se almoce com oito reais”, critica.
Corporação nega
O tenente coronel Paulo Paiva, relações públicas da PMSE, que responde pela questão, rebate as informações no ranking da Anermb. Segundo ele, o salário estipulado na pesquisa está equivocado. Paiva relata que o vencimento atual é em mais de R$ 3 mil e que o ranqueamento é inválido. “O valor bruto não é aquele. Nesse ranqueamento só foi colocado o valor líquido. Só o fato de ser valor bruto subiria cinco posições naquele ranking. Além disso, o soldado de terceira classe quando passa dois anos na PM é promovido automaticamente para primeira classe”, explica o coronel.
Para Paiva, essa é uma questão temporariamente superada, tendo em vista os avanços históricos adquiridos ano passado para a categoria após negociações com o governo, entre eles o subsídio.
“Os avanços já entraram em vigor e estão sendo percebidos pelos militares. Em abril, este ano, 1.400 PMs serão promovidos por tempo de serviço – do projeto PTS, muito mais da metade vai ser cabo, cabo vai ser sargento. Esse ano cada militar vai receber 1.700 de auxílio uniforme. O subsídio lógico que aumenta o salário, a tabela foi altamente divulgada e mostra o que recebiam agora e o que vão receber no próximo ano. Já sabíamos que estávamos mal ranqueados; por isso ano passado houve toda discussão”, conclui Paulo Paiva.
Fonte: F5 News (Fernanda Araújo)
Postado por ESPAÇO MILITAR
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