O bumbo será substituído pelas panelas e a tradicional marcha cívica dará espaço ao cortejo fúnebre. No fim, a ilusão de que quem acredita sempre alcança.
As ameaças de punição aos militares que se mostrarem resistentes às determinações do Comando Geral da Polícia Militar em Sergipe parecem ter sido abstraídas e a promessa agora é de que, sem distinção de patentes, oficiais e praças intensifiquem a luta contra os opositores de corporação, que mais parecem inimigos de sangue, defensores do plano de cargo e de carreira, próprios, contudo.
E para reafirmar a postura, a guerra foi declarada já com o luto informal no desfile cívico de 07 de setembro, quando o som do bumbo será confundido com o barulho do panelaço e a tradicional marcha cívica dará espaço a um cortejo fúnebre que segue para o sepultamento da ordem.
Com papeis invertidos, não é a polícia que fará a segurança, mas a sociedade que, de olhos abertos para o descaso dos governantes para com o reinado da insegurança, "marchará" com os militares de folga em demonstração de apoio àqueles que honram a farda e não as têm unicamente como suporte de brevês.
Não haverá aquartelamento. Não será mobilização militar. Será a voz do povo também calada? Por que vetar o direito cidadão, garantido constitucionalmente também a PM's, de manifestar pacificamente contra a violação de direitos básicos? Cadê o regime militar quando a ideologia militarista deve, justamente, sustentar a segurança como mais alta prioridade social? A balança está desregulada.
Sem muitos direitos, calados pelo Sistema e cobertos de obrigações, policiais e bombeiros militares intensificarão a partir desta terça-feira (06) não somente o combate à criminalidade nas ruas, mas, principalmente, a luta conta o dolo pessoal e social enraizando em uma cultura chamada PODER.
E aos que consideram o anseio pela implementação da Promoção por Tempo de Serviço (PTS) na carreira e do Subsídio como interesse mercenário, vamos reavaliar o julgamento e, quem sabe até considerar a entrega dos cargos em comissão ou mesmo abrir mão dos salários gordos para enxugar a folha e, em atitude não mercenária, contribuir para a minimização da crise que inviabiliza reajuste, obras, serviços de benefício à população, mas que ainda não é impedimento para gasto milionário com agência de viagens.
"Será que a paz morreu, será que a paz tá morta? Será que não ouvimos quando a paz bateu na porta? A paz que não tem vaga na porta da escola. A paz vendendo bala, a paz pedindo esmola. A paz cheirando cola, virando adolescência, atrás de uma pistola virando violência".
E a polícia? Está como o povo, na ilusão de que quem acredita sempre alcança.
*Foi utilizado no texto trecho da música Paz, de Gabriel O Pensador.
Fonte: Itnet (Iane Gois)
Postado por ESPAÇO MILITAR
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